O que você procura?

Acessórios são utilizados por homens e mulheres em seu vestuário nas mais diversas culturas. E você? Que objetos desse tipo carrega consigo hoje? Por que escolheu estes, e não outros? Tem algum especial que fica em casa guardado?

As respostas a essas perguntas não são tão simples quanto parecem, já que essa espécie de artefato possui as mais diversas dimensões simbólicas. Superando a condição de adereços, tais objetos podem funcionar como mediadores de relações humanas e refletir práticas sociais, configurando-se, no limite, como símbolos de pertencimento e identificação de um indivíduo com uma determinada comunidade ou grupo social. Ao mesmo tempo que muitos deles acompanharam seu dono em suas jornadas, como receptáculos de vivências passadas, outros demarcaram sua chegada, sua adaptação a uma nova sociedade, bem como a construção e afirmação de uma identidade e de suas memórias. Antes mesmo da linguagem e da fala, o modo de se vestir e ornar conecta o individual ao coletivo, cria proximidades e afastamentos, desempenhando um importante papel subjetivo nas sociedades.

A própria escolha entre usar e não usar um item como esses é reveladora, já que se trata de algo acessório, e, por definição, possivelmente dispensável. E é justamente esse caráter que torna tais objetos preciosos para o estudo das histórias particulares dentro dos movimentos migratórios: se são supostamente dispensáveis, que elementos teriam sido determinantes para que tal objeto, dentre tantos, tenha sido escolhido pelo migrante para ser utilizado, guardado, levado na bagagem?

Nessa exposição, apresentamos essas peças em sua polissemia, ou seja, evidenciando os múltiplos significados que podem adquirir no contexto da história dos deslocamentos humanos, tornando-se símbolos das mais diversas formas de pertencimento e identidade. Possíveis habitantes de uma vitrine em outros espaços ou outros tempos, esses objetos saíram das lojas e das ruas para habitar corpos humanos, vestindo-se eles mesmos de novas conotações com suas histórias e usos. Aqui, são ressignificados e voltam à vitrine – desta vez, no espaço do Museu.

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