Em 5 junho de 1887, a Hospedaria de Imigrantes do Brás recebia o seu primeiro grupo de imigrantes. Deste dia em diante, milhões de outras vidas também passariam pelo complexo de prédios, onde hoje funciona o Museu da Imigração. Para homenagear os 130 anos de história do local, o MI inaugurou a exposição temporária “Hospedaria 130”.
Foi o desejo de desvendar o que está além dos registros oficiais que direcionou a pesquisa realizada para criar a exposição “Hospedaria 130”. O entendimento de que a história ultrapassa as informações contidas nas fontes tradicionais levou a equipe de curadoria a vasculhar jornais, relatórios, correspondências, livros de achados e perdidos, cadernos de ocorrências da enfermaria, plantas e fotografias. Todo o material consultado foi estudado e possibilitou a reconstrução de muitas das memórias que estavam perdidas no passado da Hospedaria.
Como foi construída? Quantas pessoas passaram de fato por ela? Onde eram feitos os registros de quem nascia na Hospedaria? Onde eram enterrados os mortos? Como dormiam os imigrantes? Foram apenas imigrantes que ali ficaram? Estas e outras dezenas de perguntas conduziram os pesquisadores a descobertas que foram organizadas em uma exposição que busca dar luz a novos fatos sobre a história da Hospedaria de Imigrantes do Brás.
Para refazer o caminho percorrido nesses 130 anos, a exposição temporária foi dividida em três módulos: lugar, vivências e materialidade. No primeiro deles, o público poderá entender melhor como ocorreu o processo de construção da Hospedaria, a escolha de sua localização e os diferentes usos de seu complexo de prédios. O segundo apresenta, por meio de relatos, aspectos sobre a vida daqueles que estiveram na Hospedaria e sobre acontecimentos que marcaram o cotidiano do local. Por fim, o terceiro módulo traz uma abordagem mais material, que oferece uma perspectiva do edifício a partir de listas de compras, registros de achados e perdidos e objetos de uso comum.