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Mantenha Limpo!
Uma boa limpeza pode não parecer tão importante quando comparada a outras ações necessárias no cuidado com as coleções dentro de um museu, mas é essencial para aumentar o tempo de vida dos objetos do acervo.
Assim também ocorre com as áreas de reservas técnicas (áreas nas quais armazenamos nossos objetos quando não estão sendo expostos ao público) e as salas de exposição dos museus que devem ser mantidas limpas para cumprir a mesma finalidade. Poeira, sujeira e fuligem alteram a leitura que podemos fazer das peças e desgastam as superfícies dos objetos, além de favorecerem o crescimento de fungos e contribuírem para a deterioração causada pelos poluentes. A limpeza é uma atividade básica que não pode ser negligenciada ou adiada, mesmo sendo uma tarefa demorada. Mas eliminando poeira, sujeira e fuligem, estaremos retardando a deterioração dos itens da coleção para que eles possam continuar a serem usados, expostos e pesquisados.
A limpeza no museu é feita regularmente, com a frequência determinada pela rapidez com que poeira e sujeira se acumulam. Para decidirmos com que periodicidade limpar, observamos como a sujeira se acumula nos itens da coleção e superfícies (chão, bases, estantes e móveis de guarda e exposição) e registramos essa informação. Anotamos os períodos em que a sujeira parece acumular mais rapidamente, como quando chegam mais visitantes do que o habitual, ou durante períodos mais secos, entre outros aspectos que possam ser analisados. Essa atividade faz parte da ação de monitoramento ambiental. A partir destas informações preparamos cronogramas e procedimentos por escrito para orientar a limpeza regular dos diversos espaços que abrigam as nossas coleções. As equipes responsáveis são informadas destas ações por meio do Plano de Conservação do museu e recebem treinamento específico.

Mas como essa limpeza é feita? A frequência da limpeza, e os materiais que podem ser usados devem compatíveis com as necessidades de cada ambiente e das coleções nelas abrigadas, os equipamentos adequados e as equipes envolvidas nessas atividades. Por exemplo, as reservas técnicas são higienizadas semanalmente com aspiradores e umidade controlada (solução de água e álcool etílico hidratado 70º), enquanto o acervo museológico em exposição é higienizado quinzenalmente utilizando como método principal a aspiração mecânica com aspiradores de baixa sucção providos de filtro HEPA e proteção no bocal.A preservação das coleções é de responsabilidade das diversas audiências do museu, compartilhada entre equipes internas, equipes terceirizadas, comunidade local e público visitante. Mas a integração e definição das estratégias para garantir as melhores condições ambientais que atendam as necessidades do acervo, são de responsabilidade do Núcleo de Preservação. A equipe técnica formada por uma variedade de profissionais, entre conservadores, documentalistas e gestores de acervo, atua junto às demais equipes do museu por meio de planos de ação, que atribuem as responsabilidades e técnicas e orientam como e quando as atividades devem ser executadas.
O velho ditado de que "é melhor prevenir do que remediar" certamente vale para as coleções. A conservação preventiva por meio do monitoramento e controle ambiental, busca proteger as coleções contra danos e é uma parte vital do trabalho que acontece nos bastidores do museu.
