
Campanha 30 anos do MI
Considerando o momento atual de reformulação da exposição de longa duração, o Museu da Imigração celebra seus 30 anos a partir de uma série de ações que revisitam os temas trabalhados pela instituição com um olhar crítico, convidando o público para participar de diálogos importantes sobre as pautas ligadas aos deslocamentos humanos.
Como uma forma de materializar esses debates, em 2023, o MI lançou a exposição "Migrar: inquietações, perguntas e possibilidades", sendo a primeira produção relacionada ao novo projeto curatorial colaborativo que, há mais de um ano, promove um longo e minucioso processo de escuta com migrantes, refugiados, acadêmicos, visitantes, moradores do entorno e organizações.
A mostra apresenta as perguntas-chave resultantes dessa aproximação com os grupos sociais escutados, como "Em todo o lugar tem um brasileiro?", "Por que as pessoas migram?" e "O que faz alguém se sentir em casa?". O público é instigado a refletir sobre as ausências e as problemáticas que, normalmente, fazem parte das decisões de uma curadoria. Dessa forma, a instalação se concretiza como um convite para um pensar coletivo, expondo a complexidade da escolha dos caminhos de uma narrativa que conte as diversas histórias relacionadas ao processo migratório.
Com intuito de fortalecer e criar mais camadas de engajamento, a campanha institucional deste ano promove uma continuidade desse projeto, buscando trazer novas perspectivas por meio de ativações presenciais e digitais.
As ações irão partir das abordagens da Migrar: inquietações, perguntas e possibilidades, levando para as redes sociais e para o site do Museu conteúdos que discutirão os eixos da exposição e convidarão o público para interagir e colaborar com enquetes, depoimentos e imagens.

Para você, qual objeto remete a uma sensação de lar, mesmo estando longe de casa? Um item pessoal, um presente, um artigo de uso cotidiano? Algo que lembre a sua família? Envie uma imagem que represente essa sensação para o Museu da Imigração! As fotografias poderão compor a instalação presente na Migrar: inquietações, perguntas e possibilidades.
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Compartilhe conosco a sua história ou opinião sobre os motivos que levam as pessoas a deixarem seus locais de origem.
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Na jornada de quem deixa seu lugar de origem, o ponto de chegada é sempre mais que um destino. Pensando nisso, reunimos os orientadores de público do Museu da Imigração José Martínez, colombiano, Kirachs Dragon, venezuelana, e Majd Ali, sírio, para refletir um pouco sobre esse questionamento conosco, como parte da Campanha 30 anos do MI.
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De acordo com a OIM, 940 mil brasileiros viviam no exterior em 2000. Em 2005, o número era de 1,2 milhão (OIM, 2021b). Já o MRE, com base em dados consulares, registrava em 2002, a presença de 1.964.498 brasileiros no exterior; em 2007, esse número passou para 3.044.762. Porém, o próprio Ministério estimava na época que o número total poderia chegar a mais de quatro milhões de pessoas, se consideradas as com situação administrativa irregular. Leia a publicação na íntegra.
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O conceito de fronteira permeia a ideia de limite e divisão entre nações, que são separadas por uma linha imaginária demarcada por questões geográficas, históricas e políticas. É necessário compreender que esse conceito não é estático, ao longo dos anos as definições territoriais são modificadas de forma dinâmica, que se tornam mais, ou menos, flexíveis de acordo com os interesses políticos e econômicos envolvidos no processo.Trouxemos aqui alguns conceitos que impactaram o território brasileiro em diferentes épocas:
1. Tratado de Tordesilhas (1494)
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O Tratado de Tordesilhas marca o ponto inicial da definição territorial do que viria a ser conhecido como Brasil. Assinado entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela em 1494, esse acordo foi fundamental na história da colonização. Ao dividir o mundo em duas zonas, o tratado estabeleceu as áreas de exploração para os projetos coloniais dessas potências europeias. Essa divisão teve implicações duradouras e moldou o curso dos eventos que levaram à formação do Brasil como conhecemos hoje.
2. Tratado de Madrid (1750)
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O Tratado de Madrid, firmado entre os monarcas de Portugal e Espanha, representa um marco crucial na história das fronteiras sul-americanas. Reconhecendo a violação do Tratado de Tordesilhas, esse acordo estabeleceu uma nova divisão dos territórios das colônias na região. Portugal, ao consolidar seus interesses coloniais, expandiu significativamente suas possessões, praticamente abrangendo dois terços do território brasileiro atual.
“o tratado previa igualmente a troca da Colônia do Sacramento pelos Sete Povos das Missões, aldeamentos fundados por jesuítas espanhóis no atual oeste do Rio Grande do Sul. Pela primeira vez desenhava-se no papel a forma compacta, quase triangular, do mapa do Brasil que hoje nos é familiar: 4.336 km de leste a oeste, 4.307 km de norte a sul.”
3. Tratado de 1851 com o Peru
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Durante o período imperial (1822 - 1889), as nações recém-independentes do continente buscaram delinear suas fronteiras, resultando em diversos acordos, como os de 1859 com a Colômbia e 1867 com a Bolívia, além das redefinições provenientes de conflitos como a Guerra do Paraguai (1864 - 1870), que foi o maior conflito armado ocorrido na América Latina e resultou na devastação de dois terços da população paraguaia na época.
Dentre esses eventos, destaca-se o tratado de 1851 com o Peru, representando o primeiro acordo estabelecido com uma nação amazônica. Esse marco foi um dos primeiros passos cruciais para a consolidação do território amazônico, tal como o conhecemos hoje no território brasileiro. Esse período de negociações e conflitos contribuiu significativamente para a definição das fronteiras e para a configuração geopolítica da região.
Três características deste tratado que marcaria a formação da Amazônia brasileira: “a) estabeleceu o padrão pelo qual todos os outros tratados de limites com as nações amazônicas seriam negociados, introduzindo a praxe de trocar facilidades de navegação pelo rio Amazonas, a porta de saída de toda a bacia, por vantagens territoriais; b) adotou pela primeira vez na região o princípio do uti possidetis, na versão brasileira, para o estabelecimento dos limites bilaterais; c) estabeleceu a prática salutar de se negociar apenas com uma república de cada vez, embora houvesse sempre mais de uma disputando a soberania sobre a região delimitada; d) incorporou ao Brasil uma área de aproximadamente 76.500 km2 (os territórios somados da Paraíba e de Sergipe)”.
“As fronteiras do Brasil com o Peru são as mais distantes da costa atlântica. A linha, em certos pontos da Serra do Divisor, ao sul da nascente principal do rio Javari, chega a estar a menos de 500 km do Pacífico e a mais de 4.300 do Atlântico. Os Tratados de Madri e de Santo Ildefonso, fiéis ao princípio dos limites naturais, estabeleciam nesse trecho uma fronteira totalmente fluvial, os rios Javari, Solimões e Japurá”.
4. A Questão de Palmas (1895)
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Após a Guerra do Paraguai, Brasil e Argentina intensificaram suas disputas territoriais. O território em questão abrangia 30.621 km² e situava-se entre Santa Catarina e o Paraná. Essa contenda ficou conhecida como a "Questão de Palmas", uma vez que, na época, fazia parte da comarca com o mesmo nome.
“Após várias negociações, inclusive uma proposta argentina de divisão do território contestado, os governos do Brasil e da Argentina assinaram em 7 de setembro de 1889 um tratado que submetia a questão ã decisão arbitral do Presidente dos Estados Unidos da América” . O responsável por elaborar a defesa de 230 páginas do Brasil foi o Barão do Rio Branco, que após essa vitória judicial se tornou figura conhecida na história nacional.
Saiba mais em: As fronteiras do Brasil, de Synesio Sampaio Goes Filho.
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