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Nova exposição do Museu da Imigração percorre o legado e as rotas da seda
Nova exposição do Museu da Imigração percorre o legado e as rotas da seda
Realizada em parceria com o Museu Nacional da Seda da China, a mostra será inaugurada em 24 de outubro e propõe um olhar sobre a seda como símbolo de tradição, trocas culturais e permanência transcontinental
O Museu da Imigração (MI) – instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo – inaugura, em 24 de outubro, às 10h30, a exposição Seda que une montanhas e mares: da China ao Brasil. O projeto curatorial, que tem correalização com o Museu Nacional da Seda da China, localizado em Hangzhou, reúne mais de 100 peças, entre elas artefatos, indumentárias e reproduções de objetos arqueológicos e históricos, que evidenciam a transformação da seda em um símbolo da civilização chinesa.
A partir do século X d.C., a Rota Marítima da Seda consolidou-se como uma das principais vias de comércio e intercâmbio cultural entre o Oriente e o Ocidente, transportando seda, porcelana, chá e outros produtos que transformaram economias e conectaram civilizações. Originária da China, a sericultura chegou ao Brasil no século XIX, onde o solo fértil e o clima úmido ofereceram condições ideais para que essa tradição milenar criasse novas raízes. No século XX, comunidades imigrantes trouxeram técnicas de sericultura e fiação, impulsionando o crescimento da indústria da seda brasileira e transformando o País em importante polo produtivo, estreitamente vinculado à indústria chinesa.
A mostra, organizada em três módulos – A Origem da Seda, As Rotas da Seda e A Beleza da Seda –, traça uma jornada desde o artesanato ancestral até a vitalidade criativa contemporânea da seda, marcada pela fusão entre arte e tecnologia. Além disso, o percurso reconstitui as rotas marítimas históricas que conectavam a China ao Brasil, revelando camadas de intercâmbio cultural entre os dois países.
Entre os destaques estão os 22 conjuntos de trajes da Dinastia Qing, testemunhos da cultura tradicional chinesa, ao lado de peças de vestuário meticulosamente reconstruídas e obras de patrimônio cultural imaterial que mantêm vivas as práticas artesanais transmitidas através de gerações.
Em diálogo com essa herança milenar, a exposição traz designs interdisciplinares que evidenciam a reinvenção contínua da seda no cenário contemporâneo, em que tradição e inovação se entrelaçam em propostas que atravessam arte, moda e tecnologia, resultando em uma imersão cultural e histórica que convida o público a refletir sobre a atemporalidade das tradições.
“Esta exposição, fruto de uma parceria inédita com o Museu Nacional da Seda da China, explora a beleza e a complexidade de dinâmicas geopolíticas e culturais ao longo dos séculos. Para nós, é uma alegria participar deste novo capítulo, reafirmando o papel do Museu da Imigração como espaço vivo de encontro e memória, celebrando essa rica história de transformação e intercâmbio cultural”, afirma Alessandra Almeida, diretora-executiva do Museu da Imigração.
A inauguração da exposição contará com cerimônia de abertura, coquetel, apresentações artísticas e um simpósio internacional – Diálogo Acadêmico China-Brasil: os Museus Contribuem para o Desenvolvimento Sustentável do Patrimônio Cultural –, composto de uma mesa de especialistas chineses e brasileiros atuantes em museus, universidades e no campo do design de moda, que compartilharão seus mais recentes resultados de pesquisa e experiências práticas.
A imigração chinesa
Segundo estimativas do Consulado da China em São Paulo, atualmente cerca de 280 mil chineses vivem no Brasil. A imigração chinesa teve início em 1812, com a chegada de cultivadores de chá ao Rio de Janeiro, vindos de Macau, então colônia portuguesa na China, para atuar na agricultura.
Contudo, durante o século XIX, a presença chinesa permaneceu bastante reduzida – estima-se que apenas cerca de mil imigrantes chineses tenham se estabelecido no País nesse período.
Conflitos regionais, iniciados no século XX, impulsionaram ondas migratórias mais expressivas, trazendo perseguidos políticos, comerciantes e católicos. Na primeira década da República Popular da China, cerca de 7 mil chineses que haviam se refugiado em Taiwan desembarcaram no Brasil. Em meados dos anos 1960, a comunidade já somava aproximadamente 17 mil pessoas, marcando o início de uma presença cada vez mais significativa no tecido social e cultural brasileiro.
Serviço
Inauguração da exposição Seda que une montanhas e mares: da China ao Brasil
Data: 24 de outubro, às 10h30
Local: sala de exposições temporárias
Em cartaz até março de 2026
Simpósio internacional Diálogo Acadêmico China-Brasil: os Museus Contribuem para o Desenvolvimento Sustentável do Patrimônio Cultural
Data: 24 de outubro, às 14h
Local: auditório
Inscrições via site do Museu da Imigração
A programação está sujeita a alterações sem aviso prévio.
Museu da Imigração
Rua Visconde de Parnaíba, 1.316 – Mooca – São Paulo/SP
Tel.: (11) 2692-1866
Funcionamento: de terça a sábado, das 9h às 17h; e aos domingos, das 10h às 17h
Acessibilidade no local – Bicicletário na calçada da instituição | Metrô Bresser-Mooca
Informações Imprensa
Museu da Imigração
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Gabriela Moraes | g.moraes@museudaimigracao.org.br
Thâmara Malfatti | thamara@museudaimigracao.org.br
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