
Iroko, iroko...
Iroko de queto, hoje tudo tá tão quieto.
Que os cemitério teria inveja do silêncio que ocupou essas boca aí ó conhecidas por ser tão barulhenta.
Iroko, Iroko, o barato é loco.
Os livro vão sendo ensinado a esquecer, quando não são incinerados
Esquecer, eu e você. o livro e o hd.
Somos 2 em bilhões, e olha isso não é pouco.
A linha do tempo, obedecendo uma parada que parece ciúme,
Vai desfazendo o amigurumi,
E sobra só umas nuvem falsa, nylon e embaraço.
Esse é nosso troco, iroko?
Sambar de barriga vazia
Louvar como se fosse ascensão ao paraíso
Quando algum Apolo falso me dá um bom dia.
Meu deus do céu, que viver mais oco.
Dos barco até os beco
Nóiz pula de sufoco em sufoco
chapano o coco, Metendo o loco,
Construindo esse país,
Onde sempre dá branco,
No fim que engole tudo que num for seu reflexo
Tadinho de nóiz, tadinho de nóiz e dos caboco
É Iroko, agora os bloco
já tem cheiro de ovo choco,
Quando choca é só serpente
Que nem surpreende mais
também já levamo tanto toco,
Quieto tipo estátua do barroco,
A gente morre aos muitos,
Eu quero abrir o foco,
Precisa doer, estilo um golpe sabe? Pow, um soco.
O vento que bate as janelas,
Assovia em cima das favelas
Também começa os tufões, os furacões,
girando assim inloco.
Como eu, ele é invisível,
Como você, ele é incrível.
Mas quando rodar em fogo e entulho,
E mais trocentos bagulho de trancar brioco!
Hum, queria que fosse era agora, queria
Me ensina sua paciência Iroko…
Texto de Emicida, produzido para o Projeto RAIZ, do Museu da Imigração.