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V Semana da Genealogia: resumo das apresentações
Nicole Alexsandra - Analista de Pesquisa
A V Semana da Genealogia, promovida pelo Museu da Imigração em novembro de 2024, apresentou uma programação diversificada de palestras que exploraram questões contemporâneas e os desafios da genealogia no século XXI. Realizadas de forma online, as atividades contaram com a participação de genealogistas membros da Associação Brasileira de Pesquisadores em História e Genealogia (ASBRAP).
1. Turismo Genealógico: Da Viagem ao Itinerário Personalizado, com Catia Dal Molin
No dia 5 de novembro, Catia Dal Molin inaugurou o evento abordando o conceito de Turismo Genealógico. Ela explicou como esse tipo de viagem oferece aos descendentes de imigrantes a oportunidade de conhecerem os locais de origem de seus antepassados. Com base em sua própria história familiar, Catia destacou o caráter emocional dessa experiência, que fortalece os laços com o passado e valoriza o patrimônio cultural.
Apresentado como um nicho do turismo cultural, o Turismo Genealógico é voltado a descendentes de imigrantes que desejam resgatar suas origens. Catia exemplificou com famílias que viajaram para a Itália em busca de suas raízes, enfatizando como essas jornadas permitem a exploração da história familiar, conectando passado e presente.
2. Genealogia no Museu da Imigração: Desafios e Oportunidades, com Henrique Trindade e Evelize Moreira
No dia 6 de novembro, a equipe do Centro de Preservação, Pesquisa e Referência do Museu da Imigração refletiu sobre o papel da genealogia como ponte entre os visitantes e o acervo do museu. A palestra destacou os desafios de atender a um público diverso, interessado em suas origens familiares em um contexto migratório multifacetado.
Os palestrantes sublinharam que facilitar o acesso à pesquisa genealógica reforça o compromisso do museu com a valorização da diversidade cultural e histórica do Brasil. Além disso, abordaram a evolução da antiga Hospedaria do Brás e discutiram como a genealogia pode promover inclusão e visibilidade a culturas historicamente marginalizadas, ampliando a representatividade no espaço do museu.
3. Os Desafios da Perspectiva Feminina na Genealogia, com Viviane Pompeu
No dia 7 de novembro, Viviane Pompeu trouxe uma abordagem inovadora ao explorar a perspectiva de gênero na genealogia. Ela destacou as dificuldades de rastrear as histórias de mulheres, frequentemente sub-representadas nos registros tradicionais.
Viviane defendeu a valorização dessas narrativas, mostrando como uma visão inclusiva pode enriquecer a compreensão genealógica. A inserção da perspectiva feminina amplia as interpretações sociais e históricas das histórias familiares, desafiando visões tradicionais e contribuindo para um campo mais representativo.
4. Genealogia Digital na Espanha: Arquivos Online e Recursos Disponíveis, com Fernando José Pedron Silva
Em 8 de novembro, Fernando José Pedron Silva discutiu o impacto da tecnologia na democratização da genealogia. Ele apresentou ferramentas digitais que facilitam o acesso a documentos históricos, registros civis e paroquiais, ajudando a superar barreiras geográficas e burocráticas.
Fernando explicou as peculiaridades dos registros genealógicos espanhóis, incluindo orientações para acessar documentos de diferentes regiões, mesmo com limitações de integração em alguns sistemas municipais. A digitalização foi destacada como uma revolução para a pesquisa genealógica.
5. A Construção do Imaginário Brasileiro Através da Genealogia, com Gabriella Migliorini Mognon
Encerrando o evento em 11 de novembro, Gabriella Migliorini Mognon explorou como a genealogia contribui para a construção da identidade cultural brasileira. A cientista social analisou as influências multiculturais que moldaram o Brasil, ressaltando o papel da ancestralidade na formação das identidades individuais e coletivas.
Gabriella defendeu que a pesquisa genealógica, ao iluminar histórias familiares, pode fomentar a coesão social e reforçar o sentimento de pertencimento, promovendo uma compreensão mais ampla das raízes históricas e culturais do país.
Considerações Finais
A V Semana da Genealogia destacou a genealogia como uma ferramenta valiosa de autoconhecimento e valorização da história. Ao abordar temas como inclusão social, diversidade cultural, perspectiva de gênero e inovações tecnológicas, o evento mostrou que a genealogia vai além do mapeamento de linhagens. Ela conecta o passado ao presente, ajudando a moldar o futuro.
Ao reconhecer e celebrar a diversidade que compõe a narrativa brasileira, o evento reforçou a importância de cada história individual na construção de uma identidade cultural coletiva. Dessa forma, a Semana da Genealogia reafirmou seu papel como um espaço de reflexão e promoção do patrimônio histórico e cultural.