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Hospedaria 130 - Desenhando a exposição

No dia 26 de agosto a exposição temporária Hospedaria 130 foi aberta ao público no Museu da Imigração, marcando os 130 anos do início da operação da Hospedaria de Imigrantes do Brás, que funcionou até 1978. A curadoria se debruçou em temas que delimitaram três eixos: Lugar, que trata da aquisição do terreno e acréscimos ao complexo de edificações da Hospedaria; Vivências, que traz histórias pessoais contidas em conjuntos de documentos, correspondência e jornais; e Materialidade, que aborda os objetos cotidianamente usados, adquiridos, deixados, levados.

A primeira ideia que saltou aos olhos para o desenvolvimento da expografia foi o fato da documentação até então ter sido pouco pesquisada. Isso nos levou à metáfora do pesquisador como um caçador de tesouros escondidos. O imaginário em torno de heróis que desbravam o desconhecido se alinhou com a necessidade de incluir mapas que a exposição apresentava. Na mesma direção, o escotismo acrescentou elementos mais lúdicos e uma paleta cromática brilhante para os temas densos que a curadoria queria tratar.
Outro ponto forte da exposição é o tempo que nos separa, em 2017, do início da operação da Hospedaria de Imigrantes do Brás, em 1887. Desejávamos manter referências visuais do fim do século XIX com toques dos dias atuais, e assim pesquisamos estéticas futuristas e distopias, que trouxeram mecanismos analógicos e engenhocas para que o público interagisse. A expografia se valeu, então, de estruturas metálicas aparentes e mobiliário de escritório em MDF cru, evocando o gabinete de curiosidades atual.
Aliados a famílias tipográficas leves mas bem desenhadas e controladas, pictogramas e infográficos ajudaram na síntese de informações presentes em planilhas e cartas. As texturas foram criadas usando a reprodução de escrita à mão e carimbos, permitindo que o gesto humano se unisse a dados quantitativos.
Além da exposição no espaço Hospedaria em Movimento, foram instalados totens pelas áreas externas do MI na posição em que fotografias antigas foram feitas. A partir do ponto de vista do fotógrafo do passado, venha fazer sua própria foto e marque #museudaimigracao nas redes sociais!

