Blog
Compartilhe
Vitrine do acervo: Gravador Geloso

Geloso S.A. é uma marca fundada por John Geloso, italiano nascido em 1901. Durante sua juventude, morou algum tempo nos Estados Unidos, onde trabalhou como engenheiro da Pilot Electric Manufacturing Company. De volta à Itália no início da década de 1930, deu início ao próprio negócio de equipamentos eletrônicos – como receptores de rádio, gravadores de fita e amplificadores de som –, alcançando com sucesso o mercado internacional. A companhia funcionou até a década de 1970, poucos anos antes do falecimento de seu fundador. A empresa foi bastante relevante na difusão mundial dos equipamentos radioeletrônicos. Segundo consta, teria sido a primeira a comercializar gravadores no Brasil, ainda durante a década de 1950.
A peça aqui apresentada é um gravador e toca fitas, modelo G257, bastante popular na época. Estima-se que esse modelo seja proveniente da década de 1960; ele apresenta algumas manchas e sinais de desgaste, mas encontra-se bem conservado.

Portátil, o conjunto conta também com uma bolsa para transporte, bem como um pequeno estojo para o microfone, armazenado à parte. Junto ao item, encontramos em nossa coleção uma série de fitas que também foram doadas na ocasião. De acordo com nossos registros, sabemos que o doador, João Carlos Demarco, foi aluno de idioma do antigo dono do aparelho, o Padre Julio Bersano.
As fitas de rolo, por sua vez, são majoritariamente da marca Scotch. Todas possuem algum tipo de legenda em seu verso: algumas referem-se justamente às aulas de idioma do Padre Julio Bersano; há ainda uma com o título “Relaxamento – físico e mental” e outras sobre situações cotidianas familiares, como “Almoço na casa da Giovanna”, “Em casa de Inês” e “Histórias tio Francisco”. Essas fitas atestam a difusão desse tipo de aparelho eletrônico nos ambientes domésticos brasileiros em meados do século XX, sendo mais uma forma de entretenimento da família e de registro de suas memórias.
Infelizmente não é possível ouvir as fitas devido às recomendações de conservação; embora seja possível desvendar alguns meandros da história desses objetos por meio de sua materialidade, as vozes que guardam permanecem somente na memória de seus amigos e familiares.
