O caderno do artista é uma peça tão importante quanto a obra de arte, ele é parte do projeto artístico. Nele se encontra o registro do processo criativo em desenhos, palavras e, no caso de Hideko Honma, fórmulas.

Páginas vazias abrem espaço para o encontro da sensibilidade com a técnica, da precisão dos cálculos com a espontaneidade. Papel, mão, coração, alma, barro. Não há início nem fim.

Agenor Honma é parceiro de Hideko na técnica de esmalte vidrado a partir de cinzas vegetais, apreendida no Japão, com os mestres ceramistas. E acompanhou a artista ao longo desses 6 meses, pesquisando, calculando, registrando, cocriando.

Após a primeira queima, as cinzas purificadas dos galhos da figueira centenária foram cuidadosamente preparadas com processos químicos e fórmulas. Durante a queima do esmalte vidrado, as cinzas transformaram-se nas centenas de cores e texturas expostas no Museu da Imigração.

Hideko e Agenor Honma, filhos de imigrantes japoneses, sentem a importância da preservação da memória da figueira e da técnica japonesa. E assim, disponibilizam para download gratuito, 8 receitas inéditas de esmaltes, complementando a experiência da exposição em cartaz no museu.