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Vitrine do Acervo - Boneca Japonesa
Feita de porcelana fria, esta boneca - atualmente exposta em nossa Vitrine do Acervo - representa uma figura feminina oriental. Possui vestimentas em tecido com predominância de tons rosa e branco, toda enfeitada com tons florais. Seu cabelo possui um penteado volumoso e alguns adornos. Observando a peça, é possível identificar que se trata de uma figura japonesa, representada de um modo bastante tradicional, com o traje completo do quimono – vestimenta que até a década de 1950, no Japão, era utilizada de forma mais cotidiana, o que foi se modificando pouco a pouco.
A temática da cultura material japonesa já vem sendo trabalha pela equipe do Museu da Imigração a algum tempo em suas exposições e ações internas. Em 2015, foram expostos dois calçados de origem japonesa na mostra “Coleções descobertas: Sapatos”. Já em 2016, exibimos um quimono, um haori e um chapéu na exposição “O caminho das coisas”; por essa ocasião, realizamos uma parceria com o Museu da Imigração Japonesa que nos possibilitou compreender melhor essas peças, seus usos e melhores formas de conservação. Aprendemos, por exemplo, o nome e a função das diversas partes da vestimenta que compõe o quimono, as estampas mais usadas em casa ocasião e seus diferentes modelos. Já entre 2017 e 2018, na exposição “Da cabeça aos pés”, foram emprestados acessórios de vestimenta de famílias de migrantes e descendentes – entre eles, alguns adornos de cabelo e peruca típicos da dança kabuki japonesa.
Figuras femininas são bastante associadas com a domesticidade, bem como as estampas florais, tons e tecidos delicados. Assim, podemos ainda pensar nesta boneca como objeto de decoração de um ambiente doméstico. Nesse sentido, os objetos que escolhemos para compor uma casa representam a própria materialidade da vida cotidiana, das trajetórias individuais e dos afetos. Trazem familiaridade, reconfortam e representam identidades. Doada para o Museu da Imigração por uma família japonesa, consta em nossos registros que esta peça teria sido produzida, aqui, no Brasil. Pode ser entendida, portanto, como parte do processo de formação de novos laços e afeições no país ou cidade de destino que se dão com a retomada de certas práticas.
Em breve, a nova exposição temporária do Museu da Imigração, “Sinta-se em casa”, abordará a temática da casa e sua relação com a migração, onde continuaremos discutindo esses assuntos e exibiremos mais objetos como este – fiquem atentos à nossa programação!